Este projeto tem sido o mote para abordar temas cada vez mais atuais, tais como relacionar a alimentação saudável com o meio ambiente; aplicar conhecimentos de produção cada vez mais biológica; promover uma alimentação natural e boas escolhas alimentares, bem como aumentar a literacia em saúde. A intenção é promover uma alimentação mais saudável e sustentável, quer na escola, quer na comunidade, pois as crianças são os difusores da mensagem e as raízes das sementes do conhecimento, a engrenagem das novas gerações. Desta forma, a sensibilização que pretendemos, torna-se cada vez mais transversal, uma demanda para um futuro do indivíduo mais consciente de si próprio e do seu meio ambiente. Atualmente, é urgente despertar a curiosidade para os métodos de produção alimentar, reciclagem, a minimização da pegada de carbono e, com isso, minimizar os impactos da poluição ambiental, para termos, no futuro, alimentos e água, em segurança.

Atualmente, há cada vez mais evidência científica da correlação do consumo de micro plásticos e metais pesados, existentes nos alimentos que ingerimos, com a expressão de determinadas doenças, daí a importância do poder da escolha, do cuidado do ambiente, da alimentação saudável, do conhecimento e da ação.

Desta forma, o tema da alimentação não passa a penas por falar em diminuir o consumo de alimentação processada (com excesso de açúcar, gorduras trans, aditivos e sal). A nutrição é uma ciência relativamente nova, quando comparada com outras ciências, e em constante evolução. Aumentam os perigos alimentares (biológicos e químicos), mas aumenta também a evidência do papel da nutrição no aumento da imunidade, reforço já anteriormente conhecido com esta função, como são exemplos o papel da vitamina D e do selénio numa melhor resposta imunitária.
Na história, um exemplo de alterações, de perigos veiculados através do ambiente, neste caso da alimentação e das águas contaminadas, eram as parasitoses infantis, hoje em dia essas doenças não têm expressão, agora temos novos vírus, novos desafios. Até que ponto os impactos ambientais trazem novos desafios para o campo da saúde? Queremos uma economia da saúde ou da doença? Queremos assistir a uma revolução da indústria com mudança da oferta alimentar, pela nossa própria mudança, na alteração da lei da oferta e da procura?

Com o objetivo de passar dos conteúdos à prática, na semana de 16 a 20 de novembro, cada ano da escola da ABEI teve uma missão, depois de já termos estudado, discutido, comparado, diferentes temáticas por turma, dentro do mesmo eixo da alimentação.
Nas salas de 1º ano, foram elaborados cartazes com alimentos saudáveis e/ou sustentáveis e com os menos saudáveis menos sustentáveis, trabalhos que cada criança apresentou à turma. No 2º ano fez-se uma dramatização com fantoches, a roda dos alimentos, os alunos criaram super-heróis e narraram as aprendizagens. Já as turmas de 3º ano, ficaram incumbidas de pesquisar diferentes tipos de alimentação saudável e sustentável; recolheram receitas saudáveis para cada tipo de alimentação estudada anteriormente (Macrobiótica, Mediterrânea, Paleolítica e Vegan), que irão apresentar à turma. Nas turmas de 4º ano, as crianças construíram sementeiras, com o objetivo de fazermos uma horta escolar.

Na ABEI, temos o enorme privilégio de ter as nossas instalações num meio rural, onde as crianças brincam ao ar livre e podem ter contacto com a Natureza e com o que de melhor ela nos dá, incluindo a exposição solar! É mesmo um privilégio! Assim, promovemos o contacto com o ambiente, com a origem do alimento, com a natureza saudável, bem como aplicamos e cimentamos os conteúdos apreendidos, por meio de partilha, dramatização, contacto e exploração.
Ainda no plano de ação concreto, desde setembro, que estamos a implementar novas ementas nos refeitórios, pratos que têm recebido críticas positivas. As ementas contemplam introdução de novos alimentos, com destaque para o aumento da quantidade de legumes incorporados nos pratos, sob várias formas: assados, purés, saladas. Alguns desses legumes são a beterraba, misturada com maçã ralada, a couve-lombarda, os grelos, espinafres, feijão-verde, couve-flor e abóbora. É de extrema importância as crianças contactarem desde cedo com uma oferta variada de alimentos, aumentando o leque de alimentos e sabores disponíveis na sua alimentação, bem como variarem as texturas, por forma a terem uma alimentação mais variada, equilibrada e sustentável agora e no futuro. 
O papel dos adultos, dos educadores e, sobretudo, dos pais é facilitar essa oferta, sensibilizando e disponibilizando novos alimentos. Quanto mais cedo as crianças contactarem com diferentes sabores, ricos em fibras, vitaminas e minerais, mais fácil integrá-los e incorporá-los numa alimentação saudável ao longo de toda a vida.

Estamos em mudanças saudáveis!